11 de janeiro de 2016

Raia 30 Anos

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“Raia 30, o musical” celebra as três décadas de carreira de Claudia Raia

Superprodução com direção de José Possi Neto e texto de Miguel Falabella, comemora a trajetória profissional da estrela no teatro e na televisão

 

Tancinha, Tonhão, Sally Bowles, Sheila, Charity Valentine… Essas personagens e tantas outras são peças que formam este grande, eclético e colorido mosaico que representa os 30 anos de carreira de Claudia Raia.

Atriz, bailarina, cantora e pioneira na produção de musicais no Brasil – uma artista que nunca fugiu da raia, nem dos palcos- Claudia decidiu celebrar esta importante data presenteando o público com mais uma superprodução, o projeto “Raia 30, o musical”. “Este espetáculo conta a história de uma pessoa que desde pequenininha quis uma carreira artística, que sonhou, foi atrás desse sonho, e conseguiu realizá-lo. São estilhaços de memórias contados de maneira muito dinâmica”, define Claudia Raia.

Com texto de Miguel Falabella e direção de José Possi Neto, “Raia 30, o musical” faz um grande mergulho na trajetória de Claudia. Figuras importantes em sua vida profissional, como sua mãe Odette e sua irmã Olenka, são homenageadas. Bailarinas, as duas foram as maiores incentivadoras e as pessoas que a introduziram ao universo do ballet clássico.

O coreógrafo americano Lennie Dale, que a encantou com o seu Dzi Croquettes, e o grande diretor de TV, Walter Clark, figuras primordiais no início de sua carreira, aparecem em cena. Suas personagens mais emblemáticas da TV e do teatro também não são esquecidas.

As passagens mais transformadoras de sua vida estão presentes: a ida para Nova York e o contato com os musicais e a arte de Bob Fosse, uma das grandes referências da atriz; a viagem para a Argentina e a experiência com o corpo de baile do teatro Cólon; a estreia em “Chorus Line” e a entrada no mundo televisivo.

Outro grande momento da carreira de Claudia é retratado no espetáculo: sua passagem pelo teatro de revista, formato da trilogia que a consagrou no teatro musical brasileiro nos anos 90: “Não fuja da Raia”, “Caia na Raia” e “Nas Raias da Loucura”.

Para ajudar a narrar a própria história, a artista conta com a ajuda do grande companheiro e um dos mais importantes atores de musical do país, Marcos Tumura, com quem divide o palco em “Raia 30, o musical”.

“As nossas carreiras acabam se misturando com a vida real, mas eu não gostaria de transformar esse show num confessionário, muito menos numa pornochanchada, já que, graças a Deus, eu nunca fui santa”, adverte Claudia Raia à plateia, vestida de si mesma, ainda nos primeiros minutos de espetáculo.

“Uma viagem que conta a realização de um sonho”, como define o diretor da produção, José Possi Neto, “Raia 30, o musical” diverte o público com esquetes humorísticas e emociona com números musicais totalmente novos, além de apresentar números consagrados de seus espetáculos anteriores revisitados sob um olhar contemporâneo. “Teremos a Claudia praticamente o tempo todo em cena, se transformando fisicamente e esteticamente. Ela vem muito engraçada e, ao mesmo tempo, muito emotiva”, revela o diretor.

A superprodução é construída nos palcos do Theatro NET SP com oito cenários que fazem referência ao estilo adotado pelos grandes espetáculos dos anos 50, a época áurea dos musicais. Para uma releitura bem humorada e moderna, são utilizados elementos do “rococó hollywoodiano”, com inspiração no universo estilístico da designer Dorothy Draper. “A gente brinca muito em cima das superproduções e da maneira hollywoodiana de fazer a atração dos fãs, mas de uma forma mais simples e divertida. O cenário é o tempo todo muito colorido e as cores são bem berrantes. Eu vejo esse musical como uma apoteose pop da Claudia Raia”, explica Gringo Cardia que assina a direção de arte e a cenografia.

 Uma trajetória aclamada

Claudia Raia completa 30 anos de uma carreira de sucesso na televisão e no teatro, com trabalhos que a consagraram como uma atriz e bailarina versátil e muito talentosa.

Sua carreira artística teve início no ballet e, aos 13 anos, ela já dançava nos Estados Unidos. O talento para os palcos também foi reconhecido no teatro. Grande pioneira dos espetáculos musicais no Brasil, atuou em mais de dez produções nas quais interpretou, cantou, dançou e sapateou. Como uma das maiores entusiastas da arte no país, é a responsável pela versão brasileira de diversos espetáculos da Broadway, nos quais desempenha o trabalho também de produtora.

A trajetória teatral inclui atuações e produções em “Chorus Line” (1984), “Splish splash” (1988), “Não Fuja da Raia” (1991), “Nas Raias da Loucura” (1993), “Caia na Raia” (1996), “O Beijo da Mulher Aranha” (2001), “Batalha de Arroz num Ringue Para Dois” (2004), “Sweet Charity” (2006), “Pernas pro Ar” (2009), “Cabaret” (2011), “Crazy For You” (2013) e “Chaplin, O Musical” (2015).

Claudia estreou na televisão brasileira aos 17 anos, no programa “Viva o Gordo”, da Rede Globo, interpretando a personagem Carola, que fazia dupla com Jô Soares no quadro “Vamos malhar”. A atriz ganhou reconhecimento a partir de atuações memoráveis na TV, como no papel de Tancinha, na novela “Sassaricando” (1987), e da presidiária Tonhão, no programa “TV Pirata” (1988).

Desde então Claudia trilha um caminho de sucesso nas produções da emissora e coleciona trabalhos memoráveis em telenovelas. Seu último grande sucesso foi a paranormal Samantha, da novela “Alto Astral” (2015). A atriz também conquistou o público com trabalhos em “Rainha da sucata” (1990), “Deus nos Acuda” (1992), “Engraçadinha” (1995), “O Beijo do Vampiro” (2002), “A Favorita” (2008), “Tititi” (2010) e “Salve Jorge” (2013).

 Preparação e bastidores do espetáculo

Para uma comemoração à altura da brilhante trajetória de Claudia Raia, toda a equipe envolvida no “Raia 30, o musical” trabalha em sintonia, desde a concepção à atuação no espetáculo, como explica o diretor José Possi Neto: “Esse é o meu terceiro trabalho consecutivo com a Claudia, parece um casamento. Nosso encontro no ‘Cabaret’ foi muito feliz e se perpetuou com o ‘Crazy For You’. Como eu e o Miguel Falabella já trabalhamos em parceria com ela e estivemos muito envolvidos nessas produções, isso criou um triângulo de muita identidade artística entre nós três. É um trabalho muito intenso e muito afetivo que tem um elenco maravilhoso”.

Do grupo de atores, 80% das pessoas já contracenaram com Claudia Raia em outros espetáculos. Neste musical, ensaios diários de nove horas, durante dois meses, aproximaram ainda mais o elenco, cuja amizade por trás da coxia se reflete em afinidade no palco.

Para o diretor, o público pode esperar um espetáculo extremamente requintado e profissional, com um elenco que atua e canta muito bem, e “uma Claudia Raia em sua plenitude”: “Dessa vez é um trabalho autoral tanto para o Miguel, que escreveu todo o espetáculo e compôs canções inéditas, quanto para a Claudia, que escreve a própria história. Agora o enfoque é outro, ela está fazendo um personagem que é ela mesma”, conta José Possi Neto.


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